terça-feira, 5 de maio de 2009

A Lei de Causa e Efeito


Lei de Causa e Efeito (1)
(Brasil Seikyo, edição nº 1593, 24/02/2001, página 6.)


A vida, repleta de incertezas, muitas vezes nos parece injusta. Alguns sofrem por questões financeiras, outros por doenças ou desarmonia familiar. Almejamos a felicidade, porém, somos surpreendidos por adversidades (desemprego, acidentes, desavenças, entre outros) ou simplesmente nos acostumamos com nossa condição de vida precária. E a tal felicidade parece ser um sonho distante.

Sobre este ponto, o presidente Ikeda orienta: “As pessoas da sociedade atual podem ser comparadas a um navio que perdeu a bússola no meio do oceano. Sem um guia correto para dirigi-las, elas navegam sem rumo para o futuro. Ter uma vida feliz — este é o desejo acalentado por toda a humanidade. Esta é a razão pela qual, desde a Antiguidade, as pessoas têm procurado religiões, e várias teorias têm sido expostas como fontes da felicidade. Quantos podem dizer que já se sentem bem-sucedidos em obter uma resposta satisfatória para todas as suas perguntas? Há uma tendência abrangente na sociedade atual, proeminente em especial entre as gerações mais jovens, de desvalorizar a vida humana, incluindo a sua própria. Acredito que essa tendência advém da ignorância da lei de causa e efeito.” (Guia Prático do Budismo, pág. 1.)

Quando falamos em causa e efeito, imaginamos uma série de situações do dia-a-dia em que se observa claramente a relação entre a ocorrência do fato e o motivo que o causou. Assim, dizemos, por exemplo, que uma determinada pessoa sofreu um acidente automobilístico devido à alta velocidade com que estava dirigindo; que um estudante passou nos exames por ter estudado as matérias com afinco; que uma inundação foi causada por uma forte chuva; ou ainda, que a causa de um incêndio foi um curto-circuito na instalação elétrica.

Mas ocorrem também muitos acontecimentos cujas causas não conseguimos enxergar de forma muito clara. A dificuldade de perceber essas causas torna-se ainda maior especialmente quando se trata de fatos negativos relacionados à própria vida.

O Budismo de Nitiren Daishonin esclarece que todas estas questões podem ser observadas sob a luz da rigorosa Lei da Causalidade que permeia todo o universo. Na escritura “Carta de Sado”, Daishonin escreve: “Um indivíduo que escala uma montanha conseqüentemente terá de descer. Uma pessoa que insulta uma outra será desprezada. Alguém que deprecia o belo nascerá feio. Quem rouba o alimento e as roupas de outros nascerá no mundo da fome... Esta é a usual lei de causa e efeito.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin [END], vol. 1, pág. 203.)

Sob o ponto de vista budista, a lei de causa e efeito é rigorosa e abrange o passado, o presente e o futuro de nossas existências. Produzimos causas boas ou ruins a todo instante, com pensamentos, palavras e ações, ou seja, nossa vida atual é efeito de causas geradas no passado e no presente e, portanto, esses resultados são de nossa única e exclusiva responsabilidade. Na escritura “Abertura dos Olhos” consta a seguinte passagem: “O Sutra Shinjikan afirma: ‘Se deseja compreender as causas que existiram no passado, veja os resultados que são manifestados no presente. E se desejar compreender quais resultados serão manifestados no futuro, olhe as causas que existem no presente.’” (END, vol. 2, pág. 164.)


Fontes da pesquisa: Terceira Civilização edição no 369, maio de 1999, “Causa e efeito: A lei mais rigorosa da vida”. Guia Prático do Budismo.

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