terça-feira, 26 de maio de 2009

Saude e prática budista


A razão é um dos pontos fundamentais do budismo. Com relação à saúde, é um erro pensar que, pelo fato de ter fé no Gohonzon, pode descartar a necessidade de um médico ou de tratamentos. Esse modo de pensar contraria os ensinamentos do budismo.

Na carta "Transformação do carma determinado" (END, vol. 1, págs. 215–219), endereçada a Myojo, esposa de Toki Jonin, Nitiren Daishonin não somente explana a eficácia da prática budista para que ela vença sua doença, mas também recomenda que seja examinada por Shijo Kingo, que era médico. Em outras palavras, ele solicita-lhe que procure tratamento médico. Além disso, recomenda-lhe acumular boa sorte para que possa tomar medidas apropriadas e proteger sua vida.

O verdadeiro caminho da fé para uma pessoa acometida por uma doença é fortalecer a determinação de que recuperará a boa saúde e empreender ações sábias para esse objetivo. Em certo sentido, podemos dizer que praticamos o budismo justamente para enfrentar o momento mais difícil, como sofrer uma grave doença, com coragem e sabedoria. Esse é o momento de cada um provar sua verdadeira fé no budismo.

Em "Abertura dos Olhos", Nitiren adverte: "Eu e meus discípulos, mesmo que ocorram vários obstáculos e maldades, desde que não se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de Buda. Não duvidem dos benefícios do Sutra de Lótus mesmo que não haja a proteção dos céus. Não lamentem a ausência de segurança e tranquilidade na vida presente. Embora tenha ensinado dia e noite aos meus discípulos, todos, criando a dúvida, abandonaram a fé. O que é costumeiro no tolo é esquecer nas horas cruciais o que prometera nas horas normais". (END, vol. 2, pág. 171.)




Os quatro sofrimentos da vida
O budismo expõe os quatro sofrimentos os quais ninguém pode evitar: nascimento, velhice, doença e morte. Assim, a doença ou a debilitação do corpo é uma condição que inevitavelmente ocorrerá na jornada da vida. Mas o budismo ensina a melhor forma de se viver, manifestando- se a sabedoria para manter boa saúde por meio da fé e acumulando-se a energia vital para vencer a doença. Esta aumenta a eficácia de um médico e dos remédios, que atuam como funções protetoras dos praticantes budistas.

Por outro lado, do ponto de vista budista, doença nem sempre é um fator negativo: o Sutra do Nirvana refere-se às pessoas que atingiram a iluminação ou a felicidade absoluta por meio da doença. Portanto, ela pode ser um fator positivo quando desperta as pessoas para a prática budista. O budismo considera ainda a doença como um trampolim ou uma força motivadora para a transformação do carma da doença, ensejando também a revolução humana.

Todos esses pontos levam somente a uma conclusão inevitável: realizar a prática budista com constância, doente ou não, é o imutável caminho de um genuíno praticante budista.

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