domingo, 1 de novembro de 2009
Sobre a oração
Talvez alguém questione por que os resultados desses juramentos demoraram tanto para se evidenciar. Não obstante, mesmo que alguém errasse ao apontar para o chão, mesmo que alguém unisse os céus, que o fluxo e o refluxo da maré cessassem e que o sol nascesse no oeste, jamais aconteceria de as orações do devoto do Sutra de Lótus não serem respondidas.
Resumo e cenário histórico
Esta carta foi escrita por Nitiren Daishonin no nono ano de Bun’ei (1272) durante seu exílio na Ilha de Sado. Acredita-se que essa carta tenha sido endereçada a Sairen-bo, discípulo de Daishonin e ex-reverendo do templo da Montanha (Jikaku) da escola Tendai, que nessa época também estava exilado na Ilha de Sado.
Neste escrito, Daishonin faz distinção entre a eficácia das orações fundamentadas no Sutra de Lótus e aquelas baseadas nos ensinos errôneos das escolas que prevaleciam no Japão daquela época.
Daishonin elucida que todos os budas, bodhisattvas, as pessoas dos dois veículos e os seres humanos e celestiais que estavam presentes na assembléia do Sutra de Lótus nutrem um grande sentimento de gratidão por terem atingido o estado de Buda por meio deste sutra. E, para retribuir a essa dívida de gratidão, certamente protegerão aqueles que mantêm este sutra. É por essa razão que as orações baseadas no Sutra de Lótus são verdadeiras e serão infalivelmente respondidas.
Em outras palavras, quando recitamos a Lei Mística — o Nam-myoho-rengue-kyo — ativamos as forças do Universo ao nosso favor. O ritmo do Nam-myoho-rengue-kyo é o ritmo do próprio Universo.
Na célebre frase deste escrito, Nitiren Daishonin declara a sua inabalável convicção de que as orações fundamentadas no Sutra de Lótus, isto é, a recitação do Nam-myoho-rengue-kyo, serão infalivelmente atendidas. Citando uma incrível analogia com fatos da natureza absolutamente impossíveis, tais como errar ao apontar o chão, de o sol nascer no oeste, ou deixar de acontecer o fluxo e refluxo da maré, Daishonin afirma que as orações de quem recita o Daimoku são respondidas infalivelmente.
Comumente, ao se praticar o budismo, há questionamentos de diversas naturezas e de diferentes pessoas quanto à eficácia de suas orações. Todavia, Daishonin mostra claramente que não se deve criar a dúvida mesmo que aparentemente os benefícios estejam demorando para se manifestar. Devemos continuar orando com a certeza de que a resposta virá sem falta.
Entretanto, um ponto importante a observar é em relação à correta atitude de nossas orações. O que define o resultado está no espírito e na determinação com que estamos orando diante do Gohonzon. A oração deve ser específica e concreta, pois uma atitude vaga e dispersa seria como atirar uma flecha sem mirar o alvo. Portanto, devemos orar com uma forte determinação de concretizar sem falta o objetivo lançado. O pensamento passivo de que “se eu orar, tudo ocorrerá bem” demonstra apenas um desejo. Por outro lado, uma fervorosa oração manifestando os sentimentos mais sinceros, do fundo do coração e com toda a nossa vida será infalivelmente “comunicada” ao Gohonzon.
Outro ponto importante é que, à medida que o foco de nossas orações se expande, não apenas para os nossos próprios desejos como também pela felicidade de nossos amigos, de nossa família, da sociedade e de toda a humanidade, nossos horizontes também irão se expandir tanto quanto a grandeza como seres humanos.
O presidente da SGI, Daisaku Ikeda, nos orienta da seguinte maneira: “Vocês podem orar por qualquer coisa que acreditam que contribuirá para sua felicidade e para a dos outros. Por exemplo, podem orar para se desenvolverem ou para tornarem-se certo tipo de pessoa. Basicamente, podem orar por qualquer coisa que desejarem. No entanto, recomendo-lhes que jamais orem por coisas negativas. Se orarem por algo que prejudicará seu progresso, ou o de outras pessoas, somente causará um efeito negativo em sua vida. Essa atitude vai contra o ritmo fundamental da vida. A chave para que nossas orações sejam respondidas é estar em ritmo com o Universo”. (Brasil Seikyo, edição no 1.516, 24 de julho de 1999, pág. 3.)
Em outro trecho desta mesma carta, Nitiren Daishonin afirma que “Por esse motivo, sabemos que as orações oferecidas por um praticante do Sutra de Lótus serão respondidas assim como o eco responde a um som, como a sombra segue uma forma, como o reflexo da lua aparece na água límpida, como o espelho acumula gotas de orvalho (1), como o ímã atrai o ferro, como o âmbar atrai partículas de pó ou como o espelho limpo reflete a cor de um objeto”.
(END, vol. 5, pág. 124.)
O poder do Buda e o poder da Lei contidos no Gohonzon manifestam sua força de acordo com o poder da fé e do poder da prática manifestados por nós próprios. Portanto, se manifestarmos um poder da fé e um poder da prática equivalente a cem, mil ou dez mil, então seremos capazes de manifestar o poder do Buda e o poder da Lei na mesma proporção.
O segundo presidente da Soka Gakkai, Jossei Toda, costumava utilizar a analogia da intensidade do som gerado pelo sino quando o tocamos com diferentes tamanhos de materiais, tais como um palito de dente, um palito de comer arroz japonês ou um batedor de sino adequado. O sino é o mesmo em todos os casos, porém, a intensidade do som depende da força com que acionamos o mesmo. O mesmo ocorre com relação ao Gohonzon. O tamanho dos benefícios depende inteiramente do nosso poder da fé e do poder da prática. Enfim, quando as nossas orações ao Gohonzon são repletas de fé e determinação, podemos alcançar sem falta os resultados .
(Brasil Seikyo, edição nº 1980, 28/03/2009, página B1.)
Amor por Erick Froom
Para o psicanalista Erich Fromm (1900-1980) os seres humanos têm a tendência natural a pressupor que amar é uma coisa fácil, pelo que buscamos ser amados antes que amar.
Segundo Fromm, a capacidade de amar só se adquire plenamente na madurez pessoal: O amor infantil diz: Te amo porque te necessito (o qual é um afecto egoísta); mas o amor maduro expressa: Te necessito porque te amo.
Segundo o reconhecido psicanalista existem vários tipos de amor que convém classificar na seguinte sequência:
-Amor filial: É o vínculo que unifica o núcleo familiar mediante as relações frutíferas entre pais e filhos.
-Amor materno: É a aceitação incondicional onde a mãe ama o seu filho sem depender de nenhum mérito nem qualidade que influa na sua determinação em acolher e cuidar de seus filhos.
-Amor paterno: Baseia-se na condição dentro da qual o filho cumpra ou obedeça às normas de comportamento estabelecidas pela autoridade do pai, que o protege e motiva o filho a pôr em prática a sua capacidade de lealdade, respeito e responsabilidade necessários na vida adulta.
-Amor a si mesmo: consiste numa adequada valoração da nossa auto-estima sem a qual é impossível estabelecer qualquer tipo de apreço pelas pessoas que nos rodeiam.
-O Amor romântico: É a atracção física e mental que produz uma compatibilidade de sentimentos entre duas pessoas do sexo oposto, o que gera uma relação de reciprocidade entre o casal que os liga num compromisso que mais tarde deriva num lar compartilhado.
-O amor neurótico: Existe, não obstante algumas falsas concepções do amor que deveríamos identificar para evitar manter relações humanas que afectem a nossa saúde integral, Fromm recomenda evitar obsessionar-se com uma pessoa em particular -amor idolátrico- que reduz o nosso suposto amor a uma simples dependência psicológica que gera uma profunda pena, frustração e desilusão.
Por último Erich Fromm recorda que amar é a acção de dar a vida sem reservas enquanto que o egoísmo mata a vontade da pessoa que deseja receber o que não é capaz de gerar em qualquer pessoa (Aqui aplica-se perfeitamente a lei da reciprocidade onde mais bem-aventurada coisa é dar que receber).
Alma gêmea
Polindo a nós mesmos para merecer uma Alma Gêmea ideal
Uma das mais crescentes e pungentes dores que a maioria dos seres humanos tem vivido é o processo de encontrar uma alma gêmea ideal. Muitos concluíram que isso era tão doloroso e fisicamente exaustivo que tenta qualquer coisa que possam encontrar para superar tal dor.
Apesar de suas repetidas tentativas, não podem fazer nada para evitar que isso penetre lentamente e inteiramente em suas vidas.
Como alguém pode encontrar a pessoa certa, no momento certo, apaixonar-se e nutrir-se mutuamente? A maioria das pessoas se sente perdida por não saber realmente como tratar todas essas variáveis, fatores e critérios complicados para, entre duas pessoas comuns, poder encontrar um bom companheiro enfrentando infindáveis frustrações, tormentos e lutas através de incontáveis tentativas e erros.
Sermos bem-sucedidos em encontrarmos um companheiro ideal parece ser um objetivo muito árduo e difícil de atingir. Parece que as pessoas de sorte são apenas algumas entre centenas de milhares. Mas seja quais forem as chances mínimas, elas são relativamente abundantes se comparadas com a probabilidade de encontrar e abraçar o Sutra de Lótus.
Vamos ouvir o que Nitiren Daishonin diz sobre essa chance exígua: “Por tanto, encontrar-se com o Sutra de Lótus é comparável a ver a flor udongue que floresce somente uma vez em três mil anos, ou comparável à tartaruga caolha que pode encontrar somente uma vez em incontáveis kalpas.” (Sobre o Daimoku do Sutra de Lótus, Seleção de Gosho, pág.74 – excluído no gosho publicado no END, vol. III, pág.187) Olhem e observem! Nós como praticantes do Budismo de Nitiren Daishonin que recitamos Nam-myoho-rengue-kyo, já tiramos a sorte grande!
Nitiren Daishonin todavia continua: “O oitavo volume do “Myo-Hokekyo” diz: “aquele que abraça esse Sutra de Lótus obterá insondável boa sorte.” (também eliminado no END) Não há dúvida de que sendo praticantes do Sutra de Lótus, herdamos dentro de nossas vidas a imensurável boa sorte, abrangendo tudo. Desde que façamos as causas corretas seremos capazes de manifestar toda a boa sorte e desfruta-la, Dessa maneira, se aplicarmos a estratégia do Sutra de Lótus para polir nossas vidas escrupulosamente, estaremos nos preparando para reivindicar a sorte que nos é devida. Dentre as espécies de sorte, a sorte de encontrar nossa alma gêmea ideal, não obstante as chances escassas. Na mesma carta, Nitiren Daishonin também afirma:“Os ensinos essencial e teórico do Sutra de Lótus foram como o Sol e a Lua. Entre os Bodhisattvas com os seus dois olhos, os homens estrábicos, dos dois veículos, os mortais comuns com seus olhos cegos. (...) Em prosseguimento, os olhos cegos dos mortais comuns foram abertos...” (END, vol.III, págs. 188-189)
Assim, com nossos olhos abertos, a porta da sabedoria do Buda, a sabedoria que está inerente na vida humana foi também aberta. Neste caso, qual seria o dilema de relacionamento para o qual não podemos encontrar a solução, e que caso de amor semelhante a um labirinto para o qual não podemos avistar um caminho mais curto fora disso? O budismo ensina que todos os problemas e suas soluções surgem de dentro de nossas vidas. Portanto, se estamos vivenciando dificuldades em encontrar nossa alma gêmea ideal, sabemos que nós mesmos somos as fontes máximas para a resposta de como ser vitorioso neste objetivo.
Por Jeanny Chen
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
A espada da fé para mudar a si
A espada da fé para mudar a si
Nitiren Daishonin descreve assim a batalha contra as forças demoníacas:
"O Demônio do Sexto Céu despertou suas dez forças e, em meio ao mar da vida e morte, lutou contra o praticante do Sutra de Lótus por este reino corrompido onde o iluminado e o não iluminado existem juntos, para ver quem venceria e quem perderia. Eu, Nitiren, nessa função, venho liderando as forças
Poderosas (do Buda) por vinte anos. Em todo esse tempo, nem uma única vez
retrocedi." (Gosho Zenshu, pág. 1.224.)
As dez forças demoníacas são forças do desejo mundano. Elas são chamadas:
1) Desejo - devotar-se aos cinco desejos e como resultado negligenciar a
Prática budista; 2) Melancolia - estar deprimido e com falta de entusiasmo;
3) Fome e sede - preocupar-se com esses desejos; 4) Súplica - cair vítima de
Desejos corporais, tais como o sexo, o álcool e os prazeres em geral; 5)
Sono - isto não significa que devemos desistir do sono. Refere-se antes a
Uma atitude de negligência e ociosidade na vida. Inclui-se o tipo de vida em
Que não se faz enérgicos e vigorosos esforços para desenvolver-se, mas
Apenas procura o caminho mais fácil possível; seis) Temor - sucumbir aos medos
E tornar-se um covarde; 7) Dúvida e arrependimento - criticar os praticantes
E semear as sementes da dúvida e arrependimento; 8) Ira - permitir que a
Prática torne-se obstruída por pensamentos irados; 9) Fortuna e fama -
Preocupar-se com benefícios materiais e reputação e distanciar-se do caminho
do estado de Buda devido a essas preocupações e 10) Arrogância e desdém - pensar ser superior aos outros e desprezá-los.
A arma com que podemos destruir essas forças demoníacas é a espada da fé. E somente as pessoas corajosas conseguem vencê-las. Por isso, Nitiren
Daishonin afirma: "Uma espada será inútil nas mãos de um covarde. A poderosa espada do Sutra de Lótus deve ser manejada por alguém
corajoso na fé.” (END, vol. 1, pág. 276.)
terça-feira, 8 de setembro de 2009
A beleza transitória
Há muito tempo, quando o Buda Sakyamuni se encontrava no Pico da Águia, havia uma cortesã chamada Lótus, na cidade de Rajagriha. Ela era mais bela do que qualquer outra mulher da cidade, e não parecia haver ninguém que pudesse se igualar à sua beleza. Todas as mulheres a invejavam e todos os homens a adoravam. Por tudo isso, um dia, Lótus concebeu um desejo de iluminação e decidiu segregar-se dos assuntos mundanos, tornando-se uma freira budista.
Ela partiu para o Pico da Águia para visitar o Buda Sakyamuni. No caminho sentiu sede e parou num riacho de águas límpidas. Quando estendeu suas mãos para a água, ficou impressionada com o reflexo de seu rosto na superfície e foi cativada pela sua própria beleza. Seus olhos claros, seu nariz afilado, os lábios vermelhos, as maçãs rosadas, os cabelos exuberantes e a perfeita harmonia de suas feições combinavam completamente, convencendo-a de que era extraordinariamente bela. Ela pensou: "Que mulher bonita sou eu! Por que pensei em querer deixar de lado este corpo belo e viver como uma freira budista? Não, não farei isto. Com uma beleza como a minha, tenho certeza de que encontrarei a felicidade. Que idéia tola a de me tornar uma asceta." Imediatamente, ela virou-se e começou a retornar, pelo mesmo caminho.
No Pico da Águia, o Buda Sakyamuni havia assistido Lótus durante o tempo todo. Ele achou que estava na hora de ajudá-la a desenvolver o desejo de iluminação. Utilizando-se de seus poderes ocultos, o Buda se transformou numa mulher extraordinariamente bela, muito mais ainda do que Lótus, e a esperou no caminho de Rajagriha.
Desconhecendo a intenção do Buda, Lótus, enquanto imaginava vários prazeres mundanos, encontrou uma mulher desconhecida muito bonita no sopé de uma montanha. Atraída pela sua beleza, Lótus dirigiu-se espontaneamente a ela: "Você deve ser estranha por aqui. Para onde está indo completamente sozinha? Você não tem marido, filhos, irmãos? O que uma mulher tão bonita está fazendo aqui totalmente só." A desconhecida respondeu: "Estou voltando para a cidade de Rajagriha. Sinto-me tão solitária caminhando o trajeto todo. Se não for inconveniente, poderia acompanhá-la?"
As duas mulheres logo se tornaram muito amigas e viajaram juntas pela colina. Quando passaram por um pequeno lago, decidiram descansar um pouco. Sentaram-se na grama e conversaram por algum tempo. Enquanto Lótus falava, a outra mulher repentinamente adormeceu, com sua cabeça sobre os joelhos de Lótus. No momento seguinte, sua respiração cessou. Diante do olhar aterrorizado de Lótus, o corpo da mulher começou a degenerar, exalando um odor cadavérico. O corpo inchava grotescamente, a pele se rompia e as entranhas saíam, logo sendo infestadas por vermes. O cabelo da mulher morta caiu de sua cabeça, seus dentes e sua língua se separaram de seu corpo. Era realmente uma visão odiosa.
Vendo essa fealdade apavorante diante de si, Lótus ficou pálida, pensando: "Mesmo uma beleza celestial é reduzida a isso quando morre. Não obstante o quão confiante eu era de minha beleza, não tenho meios para saber por quanto tempo irá durar. Oh! Como fui estúpida! Devo procurar o Buda e buscar a iluminação." Então, Lótus dirigiu-se novamente ao Pico da Águia.
Chegando à presença do Buda, Lótus se atirou diante dele e relatou-lhe o que havia acontecido a ela no caminho até lá. O Buda fitou-a com benevolência e pregou-lhe os quatro seguintes pontos:
1) Todas as pessoas envelhecem;
2) Mesmo um homem muito forte infalivelmente morrerá;
3) Não importando quanto a pessoa viva feliz com sua família ou amigos, o dia da separação certamente virá;
4) Ninguém pode levar sua riqueza para o mundo após a morte.
Lótus compreendeu imediatamente que a vida é efêmera e que somente a Lei é eterna. Ela se aproximou do Buda e pediu-lhe que a aceitasse como sua discípula. Quando o Buda lhe deu a sua permissão, seus abundantes cabelos pretos caíram no mesmo instante e sua aparência transformou-se completamente na de uma freira budista. Desse momento em diante, ela se devotou sinceramente à prática budista e atingiu eventualmente o estágio de arhat, sendo qualificada a receber os oferecimentos e o respeito das pessoas.
Fonte:
Terceira Civilização — Maio/1985
Parábola
A parábola da cítara
1 - O Buda Sakyamuni tinha um discípulo chamado Sona. De uma família muito rica, Sona era um jovem muito alegre inteligente. Após renunciar à vida secular, Sona dedicou-se com afinco à prática para atingir a iluminação. Sua busca ávida o levou a definhar, tanto que fcou irreconhecível.
2 - Apesar de seu itenso esforço, Sona não conseguia atingir seu objetivo Por isso, cada dia ele ficava mais triste e melancólico. Não conseguia entender o motivo de seu fracasso e isso o deixava agoniado.
Até que certo dia, o Buda foi visitá-lo.
Conhecendo a habilidade de Sona em tocar cítara, o Buda perguntou-lhe:
— Sona, você não pode produzir um bom som na cítara se apertar demais a corda, não é?
3 — Sim, é verdade mestre —respodeu-lhe Sona.
— E do mesmo modo, você não pode produzir um bom som se afrouxar demais a corda, não é?
— Está corretíssimo, mestre —concordou Sona.
4 — Então, o que você faria?—perguntou-lhe o Buda.
— Mestre, para extrair um bom som da cítara é preciso afinar as cordas apropriadamente. Não se deve afrouxá-las demais.
—Sona, não percebe que a prática do Caminho que eu prego é exatamente o mesmo? Se você exagerar em sua prática, forçará sua mente e ficará tenso. Mas se você relaxar sua mente demais, será derrotado pela preguiça. Como a cítara, você deve encontrar um equilíbrio na prática do Caminho. Assim Sona compreendeu que a prática da fé deve ser conduzido com bom senso e equilíbrio.
5 - Nesta parábola Sakyamuni ensina sobre o "Caminho do Meio". O Caminho do Meio é um princípio que se refere a visão correta da vida ensinada pelo Buda. É o caminho da ponderação, do bom senso e do equilíbrio.
Fonte:
TERCEIRA CIVILIZAÇÃO, EDIÇÃO Nº 408, PÁG. 12, AGOSTO DE 2002.
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